Tuco-tuco, espécie ameaçada de extinção, é registrado cavando toca em duna do Litoral Norte
Um tuco-tuco, pequeno mamífero roedor, foi registrado enquanto cavava uma toca, na manhã de domingo (07/01), próximo às dunas da praia de Nova Tramandaí, no Litoral Norte.
O animal avistado habita as galerias subterrâneas de planícies arenosas da América do Sul e, no litoral gaúcho, é possível encontrar duas espécies de tuco-tuco: “a Ctenomys flamarioni, que vive na primeira região de dunas perto da praia, e a Ctenomys minutus, que vive nas dunas perto das lagoas”, explica o tenente Juares Matias, do 1º Batalhão do Comando Ambiental da Brigada Militar de Tramandaí.
Conforme relata o biólogo Fabiano Soares, essa espécie endêmica, predominante no Sul do país – em áreas que compreendem desde o Chuí até a região litorânea de Arroio Teixeira –, acaba sofrendo com a urbanização das praias e com o caminhar de banhistas nas partes elevadas da areia.
“A urbanização é um fator que acaba contribuindo para que esse bicho perca o seu habitat. Além disso, tem a questão do pisoteio, o que muitas vezes também pode interferir, considerando que esses bichos vivem em galerias subterrâneas, normalmente com um único indivíduo presente”, diz Soares.
Segundo a polícia ambiental, o tuco-tuco (Ctenomys flamarioni) está na lista vermelha da União Mundial para a Natureza como espécie ameaçada de extinção.
Para preservar a existência desse roedor, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul atua no Projeto Tuco-Tuco. A fim de conscientizar os frequentadores do litoral, a iniciativa busca sinalizar as praias com placas informando a presença dos bichos, principalmente nos pontos onde eles habitam.
“O projeto tem apoio da Secretaria do Meio Ambiente do município de Imbé, que confecciona algumas placas e doam à ação”, relata Matias, do 1ºBABM.
Os tuco-tucos se assemelham às marmotas do hemisfério Norte, mas são parentes das capivaras, dos ratões-do-banhado, das preás e de outros pequenos roedores encontrados apenas na América do Sul. Além disso, eles se alimentam de gramíneas e de raízes, segundo informações do Projeto da UFRGS.
Foto: Jeferson Botega / GZH
Fonte/Texto: Camila Freitas, g1 RS