Comitê do Rio Tramandaí investiga aparecimento de palometas na bacia 

Comitê do Rio Tramandaí investiga aparecimento de palometas na bacia 

O Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Tramandaí está investigando um possível aparecimento de palometas (Serrasalmus maculatus) na Lagoa Fortaleza, em Cidreira. O pescador e dono de peixaria Daniel Guglieri divulgou uma foto na manhã de terça-feira (16/01), em que mostrava uma palometa que, segundo ele, foi pescada por turistas na região e trazida até sua peixaria. Se confirmado pelas autoridades, este será o primeiro registro de palometas na bacia do Tramandaí. 

“Tudo leva a crer que é verídico, mas não posso afirmar ainda. Falta ir ao local e fazer as coletas oficiais, conversar com os pescadores”, explica o presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Tramandaí, Dilton de Castro. 

A chegada do animal à Bacia do Tramandaí já era temida pelas autoridades ambientais e vista como uma possibilidade desde que o animal (nativo da bacia do Uruguai) chegou à bacia do Jacuí e posteriormente a Porto Alegre e à Lagoa dos Patos. 

O peixe é exótico e carnívoro. Além de se alimentar de espécies nativas, o que pode prejudicar tanto o ecossistema quanto a pesca na região, a espécie é agressiva e vista como uma ameaça ao turismo e ao esporte náutico em águas gaúchas. 

A chefe do escritório da Emater/RS em Cidreira, Lisiane Ávila, diz que a equipe ficou sabendo do assunto na tarde de terça. De acordo com ela, as autoridades ambientais locais estão cogitando organizar uma reunião sobre o assunto. 

Guglieri relata que a palometa foi levada até a peixaria por pescadores amadores. Segundo o comerciante, eles questionaram se na lagoa Fortaleza havia piranhas, porque teriam pescado três. O pescador então identificou que poderia tratar se de palometas e pediu um dos exemplares para que pudesse mostrar às autoridades ambientais. 

A fiscal ambiental da Secretaria de Meio Ambiente de Cidreira, Deisi Weber, diz que, após a identificação da espécie e do local onde foi capturada, a secretaria deve entrar em contato com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). 

“O Ibama nos fornecerá as medidas de precaução de acidentes e de como proceder para coletar as espécies para análise e confirmação das mesmas. Estamos contando também com o apoio do Projeto de prevenção das Palometas no Litoral Norte elaborado pelo Diretor de biociências da UFRGS Luiz Malabarba e a frente do projeto o Biólogo Verdinho (Aluízio Dias), e em contato com diversas entidades, dispomos também do apoio dos Pescadores locais que têm muita importância nesse processo de resgate e repasse de informações”, diz Deisi. 

Foto: Daniel Guglieri / Arquivo Pessoal 

Fonte/Texto: Camila Pessôa / GZH  

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