Mais de 300 municípios já foram capacitados para novas estratégias no combate à dengue
A Secretaria Estadual da Saúde (SES) já capacitou agentes municipais de saúde e gestores de mais de 300 municípios do Rio Grande do Sul para atuar em duas novas estratégias de controle da dengue: o método Ovitrampas e a Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI/Aedes). As duas ações fazem parte da Programa Estadual de Vigilância e Controle de Aedes, do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs).
Os últimos encontros ocorreram nesta semana e envolveram 56 municípios das regiões de Santa Maria, Cruz Alta, Osório e Palmeira das Missões.
Neste ano, devido à situação de emergência em saúde pública no RS, decretada pelo Governo do Estado em 12 de março, essas capacitações fazem parte da intensificação das ações de prevenção, controle e atenção à saúde diante do risco epidemiológico à população pela epidemia de doença.
Nesta sexta-feira (22/03), o Painel da Dengue registra 29.620 casos confirmados e 34 óbitos, dados superiores ao mesmo período em 2023, que durante o ano todo teve 54 óbitos.
As estratégias
Ovitrampras é um método que consiste na colocação de armadilhas em locais específicos, para que as fêmeas do mosquito Aedes aegypti depositem os ovos e, assim, se possa fazer a vigilância do vírus e do vetor nas áreas escolhidas para serem investigadas.
“Trata-se de uma estratégia barata, com bastante especificidade. As ovitrampas são armadilhas que simulam um criadouro de Aedes aegypti utilizadas para detectar a presença e abundância do inseto por meio dos ovos depositados na mesma. Isso permite direcionar os esforços da equipe municipal (controle mecânico através da visita do agente e os métodos de controle químico se necessário – BRI, UBV) para onde o mosquito está”, avalia Aline Campos, da Divisão de Vigilância Ambiental do Cevs.
A Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI/Aedes) é uma estratégia que tem resultado na abordagem preventiva, evitando casos e que também pode ser usada em uma abordagem reativa, diminuindo a transmissão. Trata-se de uma borrifação dentro do imóvel, utilizando um inseticida com poder residual, que vai ficar agindo por quatro meses. É aplicada dentro do domicílio e somente nos locais preferenciais de repouso do mosquito, sendo uma estratégia seletiva de controle.
Aline Campos afirma que “o objetivo deste grande esforço de capacitação é habilitar 100% dos municípios nas duas novas estratégias que se complementam e permitem melhor resultado”. O treinamento consiste em um dia de atividade teórica e um dia de atividade prática.
Depois de treinados os municípios têm liberdade para gerenciar seu trabalho, de acordo com sua capacidade operacional e situação epidemiológica local. Rondinha, Jaboticaba e Tucunduva foram os pioneiros na adoção da técnica BRI, servindo de piloto em 2022 e 2023 para a pesquisa do método.
As Ovitrampas podem ser monitoradas através do painel que é aberto para quem desejar consultar no endereço painelovitrampasrs.streamlit.app/.
Capacitações em 19 de março
– Treinamento realizado em Mata (4ª CRS – Região Central)
Cacequi
Dona Francisca
Faxinal do Soturno
Jaguari
Júlio de Castilhos
Paraíso do Sul
Restinga Seca
Santiago
Santa Maria
São João do Polêsine
São Sepé
Tupanciretã
– Treinamento realizado em Cruz Alta (9ª CRS- Região Norte)
Boa Vista do Cadeado
Boa Vista do Incra
Colorado
Fortaleza dos Valos
Jacuizinho
Quinze de Novembro
Saldanha Marinho
Salto do Jacuí
Santa Bárbara do Sul
– Treinamento realizado em Rondinha (15ª CRS- Região Missioneira)
Boa Vista das Missões
Braga
Cerro Grande
Coronel Bicaco
Lajeado do Bugre
Miraguaí
Palmeira das Missões
Sagrada Família
São Pedro das Missões
-Treinamento realizado em Osório (18ª CRS- Litoral Norte)
Arroio do Sal
Balneário Pinhal
Capão da Canoa
Capivari do Sul
Caraá
Cidreira
Dom Pedro de Alcântara
Imbé
Itati
Mampituba
Maquiné
Morrinhos do Sul
Mostardas
Palmares do Sul
Santo Antônio da Patrulha
Tavares
Terra de Areia
Torres
Tramandaí
Três Cachoeiras
Três Forquilhas
Xangri-lá
Cuidados
A Secretaria Estadual da Saúde reforça a importância de que a população procure atendimento médico nos serviços de saúde logo nos primeiros sintomas de dengue. Dessa forma, evita-se o agravamento da doença e a possível evolução para óbito.
Principais sintomas: febre alta (39°C a 40°C), com duração de dois a sete dias; dor retro-orbital (atrás dos olhos); dor de cabeça; dor no corpo; dor nas articulações; mal-estar geral; náusea; vômito diarreia; manchas vermelhas na pele, com ou sem coceira.
Prevenção
Medidas de prevenção à proliferação e circulação do Aedes, com a limpeza e revisão das áreas interna e externa das residências ou apartamentos e eliminação dos objetos com água parada são ações que impedem o mosquito de nascer, cortando o ciclo de vida na fase aquática. O uso de repelente também é recomendado para maior proteção individual contra o Aedes aegypti.
Fonte/Foto: SES/RS