MORADORA DE OSÓRIO TEM LIVRO PREMIADO E É FINALISTA EM CONCURSO DE LITERATURA

A doutoranda em Letras, Giovana Oliveira, é autora do premiado “Aguapés”, livro finalista do Prêmio Mozart Pereira Soares, voltado a jovens autores que publicaram obras no ano anterior. Os vencedores serão anunciados no próximo dia 19, em solenidade na Biblioteca Pública do Estado em Porto Alegre. Professora de Letras durante o período de 2022 a 2023, na rede municipal de ensino em Osório, Giovana se inspirou na vivência no distrito de Aguapés, para escrever a obra que, em dezembro passado, recebeu o Prêmio Literário concedido pela Associação Gaúcha de Escritores, na categoria Literatura Juvenil.
“Aguapés” é o primeiro livro da autora que é moradora de Osório e já está com outras publicações sendo produzidas. O concurso em que é finalista, o Prêmio Mozart Pereira Soares, é promovido pela Associação de Amigos da Biblioteca Pública do Estado (AABPE) e Giovana concorre na categoria Narrativa Longa. Autores de várias regiões do Brasil, como Bahia, Goiás, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, além do Rio Grande do Sul, competem. A Ascom da prefeitura de Osório, conversou com a escritora. Confira, abaixo:
O QUE TRATA O TEU PRIMEIRO LIVRO?
Giovana – Aguapés é uma história contada a três vozes: Moacyr, Malina e Lenira. Moacyr e Malina são dois jovens estudantes, residentes em Aguapés, no litoral norte do Rio Grande do Sul, em um tempo futuro não especificado. Eles passam por duas situações de conflito: ele pode ser considerado ciborgue, situação que nem sempre é bem-vista, ainda mais sendo recém chegado em Aguapés; ela está buscando se aperfeiçoar nas competições de natação, mas uma situação fora da piscina coloca uma pedra no meio do caminho. A partir do encontro entre os dois, e da amizade que surge, eles exploram essas questões nesse cenário futurista que é otimista, utópico; na contramão das histórias de futuros distópicos. Junto a isso, temos a vó Lenira, que, a partir de relatos de sua vida, contextualiza o mundo, trazendo seu testemunho desde quando era jovem até o presente do livro, no qual se passa a história.
DESDE QUAL IDADE ESCREVES?
Giovana – A verdade é que não me lembro de um momento em que eu não estivesse interessada pela literatura. Desde quando aprendi a ler e a escrever, criava meus livros, monotemáticos sobre animais fedorentos, e gostava de histórias. Continuei lendo durante toda a formação escolar e escrevendo minhas primeiras histórias, muito influenciadas pelos livros infanto-juvenis que lia, como costuma ser esse início. Comecei a levar um pouco mais a sério a atividade de escrever quando fiz minha primeira oficina de criação literária, com 16 anos. Já pensava em cursar Letras na época e mantive minha ideia, muito embora tenha me decepcionado, assim como tantos outros, ao ver que o currículo não era nem um pouco pensado para quem queria escrever. Hoje, 10 anos mais tarde, existem mais oportunidades para praticar a escrita dentro da universidade
O QUE TE INSPIRA A ESCREVER?
Giovana – De certa forma, tudo. Acho que o pontapé inicial para ter a vontade de escrever é observar coisas no mundo, ou ler coisas sobre o mundo e pensar: mais pessoas deveriam perceber isso. É claro que outras pessoas já percebem, mas quando a gente escreve é possível chamar a atenção das pessoas para os diferentes elementos que habitam no imaginário de uma pessoa específica. Escrever é um pouco como organizar e dar sentido para essas migalhas de ideias e percepções que vamos coletando no dia a dia; dar sentido às migalhas é o que me inspiram a escrever.
COMO FOI TER SIDO PREMIADA LOGO NO PRIMEIRO LIVRO E AGORA, JÁ ESTÁ CONCORRENDO A OUTRO TAMBÉM?
Foi completamente inesperado. Quando recebi a primeira notícia de que tinha sido finalista, na época da Odisseia de Literatura Fantástica, fiquei quase em choque. Nunca tinha me inscrito em nenhum prêmio, e a primeira coisa que pensei quando fui finalista foi que tinham lido meu livro. Depois, que tinham livro e visto nele algum mérito que os fez colocá-lo como finalista. Isso já era causa de muita alegria, porque o livro está no mundo para ser lido. Depois vieram os outros prêmios: o Loba, o da Academia Rio-Grandense de Letras; no qual fui finalista com a gigante Natália Borges Polesso, o Mozart Pereira Soares, cujo resultado sai agora em março e estou com os dedos cruzados, e o AGES Livro do ano; categoria juvenil, que me presenteou com uma noite inesquecível, da qual saí vencedora com o troféu na mão. Parece que desde a primeira notícia dos prêmios embarquei em uma montanha-russa de novos sentimentos e encontros com leitores; esses encontros com leitores e outros escritores têm sido a parte mais prazerosa do processo de publicação.
JÁ PENSAS EM ESCREVER OUTRO OU ESTÁS TRABALHANDO NUMA NOVA PUBLICAÇÃO?
Giovana – Meu segundo livro, uma dramaturgia que foi semifinalista do Festival de Roteiro Audiovisual de Porto Alegre em 2022, acaba de sair, também pela editora Urutau. Fora isso, estou com um livro de poemas pronto, que imagino que saia até 2027, e estou trabalhando em um livro de ensaios e narrativas curtas para o doutorado; porém, este último deve demorar um pouco mais para ficar pronto, possivelmente para 2027, com publicação posterior. Até lá, novas histórias devem surgir, e pretendo seguir trabalhando paralelamente em outro romance já iniciado, dessa vez para o público adulto.
Fonte: Ascom PMO Foto: arquivo pessoal