Tramandaí: acusados pelo MPRS são condenados por tentar matar cabeleireira que, um ano depois, foi vítima de homicídio dos mesmos réus

Tramandaí: acusados pelo MPRS são condenados por tentar matar cabeleireira que, um ano depois, foi vítima de homicídio dos mesmos réus

Em um plenário de dois dias, quatro acusados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) foram condenados nesta sexta-feira, dia 28 de março, pelo Tribunal do Júri de Tramandaí por tentar matar a cabeleireira de 46 anos, que perdeu a visão de um dos olhos devido a disparo de arma de fogo. O crime ocorreu em 2017 no município do Litoral Norte devido desavenças familiares, já que os mandantes são irmã e cunhado da vítima, sendo que a motivação foi o fato de acharem que ela estaria prejudicando financeiramente a acusada, que também é cabeleireira.

No entanto, pouco mais de um ano depois, a vítima acabou sendo executada dentro de um salão de beleza, no Centro da cidade, e, parte dos envolvidos, também participou do primeiro fato. Sobre a tentativa de homicídio triplamente qualificada, julgada agora, a irmã da vítima recebeu uma pena de 18 anos de prisão e o cunhado de 16 anos de reclusão. Também foi condenada uma mulher que contratou o executor. Ela foi condenada a 11 anos, dez meses e sete dias de prisão e o atirador a 17 anos, nove meses e dez dias de reclusão.

O promotor de Justiça André Tarouco, que atua na Comarca, foi quem fez a acusação pelo MPRS durante o julgamento. Segundo ele, “a sociedade de Tramandaí fez justiça em um caso de grande repercussão local. Os réus são pessoas com poderio econômico na cidade e com uma certa influência e que, de uma certa forma, estavam se acobertando da responsabilidade criminal. Conseguimos, então, trazê-los a julgamento e os jurados acolheram todos os pedidos do MPRS, restabelecendo a justiça e trazendo um alento à família”.

O promotor também diz que, em uma data a ser marcada, os mandantes e a mulher que contratou o executor serão julgados pelo homicídio da vítima, ocorrido em 2018. André Tarouco lembra que os executores dos dois crimes não são os mesmos, sendo que, dois homens já foram condenados em outro julgamento por matar a cabelereira. Sobre essa questão, o promotor ressalta que, ao ser investigado o homicídio, se chegou rapidamente à autoria dele e uma nova investigação foi aberta para se chegar aos mandantes, que eram os mesmos, ou seja, tanto da tentativa, quanto do homicídio consumado.

TENTATIVA DE HOMICÍDIO

No dia 26 de outubro de 2017, a irmã da vítima e o cunhado, contrataram uma mulher para encontrar um executor. Desta forma, o atirador entrou na casa da vítima e atirou três vezes, mas a arma falhou. Logo depois, efetuou mais um disparo que atingiu a cabeça da mulher. Enquanto o criminoso fugia, ela foi socorrida e encaminhada para hospital. A cabeleireira sobreviveu, mas ficou cega de um olho. De acordo com o promotor André Tarouco, este inquérito policial ficou parado por alguns anos porque não se tinha a autoria dos fatos.

HOMICÍDIO

No dia 5 de novembro de 2018, mais de um ano após o primeiro fato, os mesmos mandantes acionaram a mesma intermediária que, ao fazer contatos, chegou a dois executores — que não participaram do homicídio tentado anteriormente. Os criminosos chegaram até o salão de beleza da vítima e, um deles, a matou com três tiros. Esse novo fato foi investigado e se chegou apenas aos executores, que já foram julgados e condenados.

O promotor destaca que o caso foi reaberto devido a novas informações investigadas. Com isso, se descobriu quem eram os mandantes do homicídio, ou seja, as mesmas pessoas que também encomendaram o primeiro crime: a irmã e o cunhado da vítima. Neste segundo fato, a mesma intermediária foi contatada, que, junto com outro intermediário, acionaram os dois executores já condenados. Sobre o homicídio, os mandantes e intermediários irão a júri em data a ser marcada.

Fonte/Foto: MPRS

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